sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A despedida

     Chegou a hora, tenho de te deixar ir, te largar a mão e ver-te ser feliz, à distância. Chegou a hora do desapego, de seguir em frente, viver tudo o que esta vida bela tem para me dar. Tu entraste na minha vida quando tudo estava uma confusão e deixaste-a pior do que quando me encontraste mas verdade seja dita, ensinaste-me muito. Ensinaste-me que devo deixar de dar mais de mim aos outros, a preocupar-me comigo, a valorizar-me seja em que altura for. Ensinaste-me que a vida nos prega constantemente partidas, por mais insignificantes que sejam, põe-nos à prova todos os dias, todas as horas. Não digo, deixar-te ir, custa-me. Deixar o amor, as recordações, os momentos, os sonhos, custa-me. Tu na verdade marcaste-me, fizeste-me sentir feliz, ainda que temporariamente, mas fui. 
     Agora é hora de partires, fiz as malas e deixei-as à porta, podes levá-las, eu não as quero guardar mais comigo. Podes ir ser feliz, podes ir procurar uma nova morada. Esta porta está aberta, sempre que precisares mas não será novamente a tua morada permanente, será apenas uma morada temporária onde poderás chorar, pedir conselhos, ter um ombro amigo, alguém que te dê muitas alegrias e que construa contigo uma boa amizade, de resto, vai. Aproveita a viagem, desfruta do que encontrares no caminho e colhe todas as pedras. Todas as pedras que colheres vão ajudar-te a construir um forte castelo, aquele onde viverás, onde construirás a tua identidade. Não te percas e caso isso aconteça eu encaminhar-te-ei. Não estarás sozinho, porque no fundo eu gosto de ti e ainda que esteja disposta a deixar ir todas as recordações, todas as memórias, eu gosto de ti e isso não passa de hoje para amanhã mas também não irei batalhar numa luta contra o sentimento. 
     Um dia, se precisares, eu estou aqui, a qualquer hora, a qualquer momento. Eu continuo a mesma Inês de sempre e para mim, terás sempre um lugarzinho marcado no meu coração, terás sempre parte de mim contigo, por isso, não estás sozinho. 
     Força em tudo, força nos teus sonhos. 
     Assim me despeço.
Um beijo, 
Inês. 

sábado, 22 de agosto de 2015

   Há medida que vamos crescendo, vamos tendo objetivos mais específicos. Delineamos objetivos e deixamos de querer momentos temporários, passamos a sentir que é aquilo que queremos para a vida, não chega somente possuirmos aquelas sensações por apenas uns instantes mas queremo-las para toda a vida. Sonhamos, imaginamos, sentimos mais; muito mais. O amor é um desses objetivos. Amar alguém não só por meia dúzia de dias mas por um período de tempo longo. Sermos algo suficientemente forte para aquela pessoa que nos é tão querida. Imaginamos os nossos filhos a correr por casa, a passearmos com o nosso marido de mãos dadas na rua, a fazermos as compras semanais, a irmos ao cinema uma vez por semana, ver aqueles filmes tão deprimentes mas com mensagens tão lindas. Imaginamos as alturas difíceis em que teremos aquele ombro onde possamos chorar horas a fio. Imaginamos a nossa vida, daqui a uns tempos com aquela pessoa. 
   Eu estou a crescer. Quero desapegar-me do temporário, quero viver. Viver a vida de uma forma simples, com alguém a meu lado simples, numa casa simples; feita somente à nossa medida, minha e dele. Creio ter encontrado essa pessoa, a pessoa com quem me imagino a passear pelas ruas de Lisboa de mãos dadas, às gargalhadas. Imagino os momentos difíceis, as discussões, os mal-entendidos; mas nem isso nos separa, pelo menos na minha imaginação não. Creio ter encontrado aquele que tem tanto amor para me dar quanto eu a ele. 
   Para mim ele é mesmo especial. Para mim, ele não é um rapaz. É o rapaz. Aquele que me faz sentir simples, igual a mim mesma. Ele que tem o sorriso mais contagioso do mundo e um olhar extremamente apaixonado. Ele que tem medos, receios, incertezas. Ele que é tudo para mim. Ele que o amor. Ele que é aquele com quem quero crescer. Sinto que é necessário preservar este amor e mesmo que não resulte, que tudo acabe, que ele desista de tudo, eu vou amá-lo, porque o amor é isso, é sentir para além de nós próprios, é amar sem fim e guardar para todo o sempre no nosso coração. 
   Desistir de o amar não é opção, porque após tantas desistências de coisas simples, pequenas e que para muitos não tinham qualquer importância, para mim, faz sentido continuar a amá-lo ainda que isso implique sofrer, chorar diversas noites e vê-lo somente ao longe. Eu quero, quero continuar ao lado dele, seja de que modo for. Quero ser parte dele e quero que ele seja parte de mim, embora já o seja. 
   O meu maior objetivo centra-se nele, no amor, no carinho, na amizade e se é ele que me faz feliz, não vou abdicar disso, aconteça o que acontecer, é a ele que eu quero e nem importa a distância, os medos, os receios. Importa o sentimento e se esse existir, tudo é possível. 
   Acho que já comecei a crescer; a crescer e a querer estabilidade como tal, neste momento, só ele pode ser o mentor disso. Só preciso dele, do amor dele. Aconteça o que acontecer, amá-lo-ei. 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Como estás?

   Olá, como estás? Há muito tempo que não te vejo por aqui, por onde tens andado? Eu cá vou andado com as minhas coisas de jovem adolescente e tu, tenho-te procurado por aí mas nem ver-te. Estou preocupada contigo, para além de sentir saudades tuas, do teu conforto. Acreditas que já inúmeras pessoas quiseram entrar na minha vida e eu, de tão em baixo que estava, permiti sem dar luta, sem realmente as conhecer? Não parece meu, não é? Neste momento eu não sei quem sou, desde que te perdi que me perdi contigo. Levaste-me contigo para esse lugar longínquo para onde foste sem com nem porquê. Não achas que podias ter deixado uma carta ou pelo menos, por bom senso, mandavas um postal de cada cidade por onde passasses, mas .. nada! Nem postal, nem carta, nem uma chamada, apenas foste e deixaste-me nesta melancolia onde tudo é mais difícil superar sem ti.
   Eu que tudo fiz por ti, só não te levei às capitais mais esbeltas do mundo, não te comprei os presentes que querias, muito menos cedi aos teus caprichos, mas de resto fiz tudo, tudo o que estava ao meu alcance eu cumpri. E tu, onde tens andado?
   Não achas que está na hora de me enfrentares, olhares-me nos olhos e pedires-me desculpa, se é que te causa remorços tudo o que causaste em mim. A mágoa. A angústia. A saudade.
   Achas que não te recordo nos meus sonhos? Achas que peguei numa borracha, as mais baratas existentes no supermercado, e te apaguei da minha vida? Consideras-me assim tão fria ainda que demonstre os meus sentimentos mais frágeis?
   No fundo, eu sinto que apenas te perdeste, nessa tua viagem, ficaste por aí, a deambular numa rua fria, escura e isso transformou-te. Levou-te de mim. Levou-nos.
Perdi-te, sem querer. Mais um dos meus erros, "sem querer". Mas, no fundo, perdi-te e nem conta dei.
   E agora, por onde tens andado? Há muito tempo que não te vejo por aqui. Como estás?

sábado, 25 de julho de 2015

   Aquela porta por onde tu entras todas as noites após um longo dia de trabalho. O mundo que tu abres diferente daquele que acabas de sair. A melancolia, a solidão que aquele objeto trás com ele. É um misto de sensações sem descrição porque são sensações contrárias, completas antíteses do quotidiano. Após aquela porta tu fazes tudo, chamas-te nomes, gritas contigo, puxas os teus lindos cabelos apenas porque vens carregada de interrogações, dúvidas e incertezas; conflitos entre o teu coração, esse pequeno músculo cheio de sentimentos que bate atabalhoadamente, e os teus pensamentos, proferidos pelo teu sobredotado cérebro que tudo faz para que não te magoes embora te continues sempre a magoar como de um ciclo vicioso se tratasse. 
   Aqui, no teu recanto, desabas. Deixas de ser tu: simples, forte e com um enorme sorriso no rosto; tornas-te frágil, vulnerável. Passas a ser tudo aquilo que mais odeias mas ao mesmo tempo o que mais te liberta. 
   Surgem-te mais dúvidas: o porquê de continuares a pensar em quem não vale a pena ou até mesmo o porquê de ainda continuares parada, sentada a ver a tua vida passar, mas .. aí ficas, sentada a ver tudo acontecer com a maior das intensidades sem mudares as coisas para o teu modo. 
   Por esta altura já és repugnante aos olhos de outrem porque deixaste de te envolver nas coisas, aparentas viver só para ti e para teu próprio bem contudo, na realidade, vives apenas cada dia e tentas superá-lo da melhor forma que consegues ainda que para ti seja pouco ou quase nada porque sabes que és bem mais capaz do que aquilo que executas neste momento. 
   Porque continuas aí nesse teu recanto em que não te impões perante as tuas lágrimas, perante a tua parte derrotista e te levantas?  Levanta-te! Toma um bom banho, arranja-te para arrasares porque hoje é o teu dia: é o dia de seres feliz e deixares a assombração dessa porta para trás juntamente com todas as tuas mágoas e dissabores que a vida te proporcionou.  

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A Carta

   Nem todas as histórias têm de começar com "era uma vez" ou até mesmo com "um certo dia". As histórias somos nós que as construímos, que as reproduzimos à nossa maneira. De todas as histórias que eu escrevo, as que mais gosto de escrever são as de amor. As de amor, porquê? Ora, porque são aquelas com as quais eu vibro mais, as que mais sinto como minhas, se é que no fundo não serão mesmo minhas, é um segredo meu. 
Hoje, decidi escrever uma história de amor. Uma história de amor ainda no início mas que se pode transformar numa grande história de amor, numa bonita história de amor. 
    Ele é um jovem de dezanove anos que já passou muito a nível amoroso, é receoso e distante dela. Ela uma rapariguinha com dezassete anos que está desgastada de relações mal conseguidas que a destruíram muito e a tornaram mais vulnerável, tem medo, medo de amar mas, no entanto, no seu íntimo começa a amá-lo. Ele é o Martim. Ela é a Matilde. 
    Esta história começou à cerca de três meses, ou melhor, antes, muito antes. Ele pediu-lhe em amizade no facebook e ela desde o dia em que o aceitou reparava nele, nas coisas que ele postava, nas suas fotografias e em tudo dele contudo, nunca foi desperta para falar com ele. Como estava a dizer, tudo começou à dois meses aproximadamente, sou muito má com datas e relação espaço-tempo, ele decidiu segui-la no twitter, coisa que ela estranhou de tal maneira mas acabou por ceder e permitir que ele a seguisse, seguindo-lo de volta. A Matilde foi lendo as coisas que ele postava no twitter e percebeu que ele estava em baixo e sentiu que ele estava um pouco desorientado. Ela, como é tão "protetora do mundo", decidiu ir falar com ele e tranquilizá-lo dizendo-lhe que era uma questão de tempo, que tudo ia passar como na vida tudo passa. O Martim deixou de ser indiferente para a Matilde. A Matilde passou a olhar para ele com outros olhos, olhos de quem se preocupa, de quem gosta. As conversas foram desenrolando, desenrolando e a pequena Matilde percebeu que ele não era só um "ele", era "ele." A Matilde passou a falar dele às amigas, sempre com um sorrisinho, tímido, negando sentir algo pelo Martim. Evidentemente que o fazia, já tinha sofrido tanto, já tinha uma história tão longa, com tantas páginas que não queria magoar-se, só a ideia de pensar que podia estar a gostar dele transtornava-a. No entanto, o bichinho permanecia sempre no coraçãozinho desta pequena princesinha. Ela, que tantas e tantas noites sonhava com ele, negava o amor que começara a sentir. Não é que amar fosse ou seja mau, mas sim por ter medo, única e exclusivamente medo de amar, mais concretamente de sofrer. 
    Perguntam-me então, "quando é que a Matilde se apercebeu realmente que sentia algo pelo Martim?". Eu explico: a Matilde sonhava com o Martim, criava a voz que ele poderia possuir, criava a relação deles, criava todo um mundo. Foi nesse momento, nesses sonhos, nos dias em que ela só pensava nele, mesmo quando olhava para o vazio ou até quando estava no meio da multidão que ela percebeu que havia algo mais do que uma simples conversa. 
    Não digo que seja amor, daqueles enormes e eternos, não. A Matilde ainda não sente isso mas sente aquele bichinho de o querer por perto, de querer falar com ele horas e horas e horas e horas a fio, de ter a surpresa de ele lhe ligar a dizer "eu fico, por ti, eu fico". A Matilde tem imenso medo de se desiludir, de estragar a amizade deles, mas ao mesmo tempo a Matilde quer arriscar, quer sentir-se a miúda que é e quer ser "a eterna apaixonada". Ela está disposta a arriscar, ainda que corra "muitos riscos" mas sem lutas ninguém vence as batalhas. A Matilde sou eu. O Martim és tu. 
    E o amor, quem é? 

domingo, 24 de maio de 2015

O melhor da vida são as crianças

Só conseguimos saber se somos suficientemente fortes quando nos deparamos perante uma situação. Neste caso, durante dois meses e treze dias eu deparei-me com várias situações, para as quais, achava eu, não estava preparada. As aulas teóricas não nos ensinam como lidar com as situações mais dramáticas ou com casos demasiado concretos de crianças e jovens adolescentes, doentes ou que passam maior parte do seu tempo num hospital. Este tempo que passei em contacto direito com estes meus "queridos", que cada um irei guardar de uma forma especial no coração, fez com que eu percebesse a sorte que tenho e a ótima escolha que fiz, nem que seja só para ter esta experiência gravada no coração. 
Deparei-me com casos de cortar a respiração a qualquer um. Em cada um deles via-me ou via um irmão meu. Este mundo, por muitos desconhecido e somente criticado, é um mundo de muita coragem e todos os profissionais que ali trabalham arduamente em prol do bem estar destes jovens deveriam ser reconhecidos. 
Admito, muitas vezes não foi fácil lidar com as situações, sabem quando só queremos chorar e sabemos que não podemos porque não é o momento oportuno? Ou quando nos apegamos de tal modo aquelas pessoas que no momento da despedida nos custa o mundo? 
Tudo isso me aconteceu. Aconteceu-me porque há pessoas que merecem viver livremente como eu ou até tu que estás a ler isto. 
Aquele tempo ali vivido, no Hospital D. Estefânia, foi o melhor do mundo. 
O Tomás - principalmente ele - será o jovem que mais me marcou. Desde o momento que conheci a história dele, encantou-me. Vi nele um irmão mais novo, uma pessoa que tinha tudo pela frente e que derivado à sua doença não consegue ter uma vida, dita "normal", como os outros adolescentes, está ali, preso àquele mundo hospitalar. Foi a pessoa que sempre me emocionou, desde o primeiro até ao último dia quando me disse "Inês, voltas cá a visitar-me?", obviamente que irei, como não poderia ir? Iria abandoná-lo? Não. Não o faria. 
Ele, foi uma pessoa que me demonstrou que temos de acreditar, temos de lutar com todas as nossas forças mesmo nas alturas em que queremos desistir, que queremos virar as costas e ir pelo caminho mais fácil, ele ainda ali está a lutar com todas as suas forças, as poucas que lhe restam e cabe-me a mim proporcionar-lhe momentos de alegria com as minhas visitas. 
Mas não foi só o Tomás que me encantou. Pela primeira vez lidei de perto com o trabalho realizado pelos "Doutores Palhaços", com isto refiro-me à Operação Nariz Vermelho. Não tinha a noção da dimensão do trabalho destas pessoas que, todas as terças-feiras, iam ao meu serviço de internamento para proporcionarem um dia diferente àquelas crianças hospitalizadas e até nós, funcionários, pois com a sua boa disposição e alegria contagiante nos faziam descomprimir do trabalho excessivo e nos faziam dar gargalhadas e pensar que no meio hospitalar também podemos sorrir, dar gargalhadas de contentamento e transmitir essa alegria a todas as crianças e adolescentes que ali estavam. 
A "Música nos Hospitais" também era alegria garantida, as vozes daquelas duas Senhoras eram encantadoras. Estavam sempre dispostas a fazer-nos sentir bem, a nós, funcionários, e a todas as crianças. Emocionavam-nos só pelo seu sorriso, só pela simpatia. Grandes seres humanos. 
Resumidamente, foi a melhor experiência da minha vida. Algo que me vai deixar imensas saudades, mas quando digo imensas é mesmo uma saudade incalculável. 
Nisto ainda não referi a pessoa que mais paciência teve para lidar comigo, a Maria, a grande Maria! Foi uma Senhora, uma mãe, uma tia. Foi uma pessoa que esteve lá sempre, todos os dias a dar-me na cabeça mas também a valorizar o meu trabalho, a minha capacidade de aprender, a minha eficiência. Uma pessoa que vou guardar sempre, sempre no coração. Desejo-lhe o melhor na vida, a ela, aos seus filhos e à sua neta. 
Foi o melhor que podia ter tido. Quero voltar, deixei-me voltar a sorrir mais um dia mesmo que tenha de acordar às 5h da manhã e só chegar a casa às 18h da tarde. 
Emociono-me a falar sobre esta experiência porque há tantas recordações, tantos momentos bons e sem dúvida que eu quero ser voluntária num hospital e se ali fosse, eu ia adorar, na verdade, amar. 
Obrigada a todos os profissionais com quem trabalhei, um beijinho enorme para todos eles. 
Obrigada, obrigada, MUITO obrigada! 



domingo, 5 de abril de 2015

15.

Fechei os olhos e...
"No silêncio do meu mundo escrevo-te na esperança de receber uma resposta, uma resposta que corresponda às minhas expectativas. 
Com isto quero-te dizer que gosto de ti. Gosto do bem que me fazes, do bem que me sinto nas nossas conversas e do bem que me sinto nos sonhos .. nesses sou mesmo feliz, fazes-me feliz. 
Cada sonho contigo é algo diferente, algo que só eu posso sentir, sei que por momentos me pertences e que de certa forma isso se torna perfeito. Fazes-me sentir tão bem nesses sonhos que eu só queria que fossem reais, meus mas reais, nem que fosse só por um milésimo de segundo, já me pertencias, na realidade. 
Em ti sinto o meu porto de abrigo, a minha âncora, a minha alma gémea, será isso derivado do sonho ou é mesmo real? Seremos nós os dois destinados um ao outro ou apenas eu a ti? Será que te amo ou apenas gosto de ti? Será que todas estas questões terão respostas ou continuarão incógnitas? Isto é um sonho ou é real? 
Preciso de ti, do teu carinho, do teu abraço, do teu toque, do teu cheiro, preciso de ti na realidade como és nos meus sonhos.Preciso de te conhecer, de te desvendar. Preciso somente de ti." 
Na verdade, era apenas um sonho, um mero sonho mas preciso de ti, preciso de ti perto de mim, preciso de sentir-te comigo. 

Inês

segunda-feira, 2 de março de 2015

14. Alone

Encontro-me só, no meu mundo, no meu pequeno mundo .. No qual as noites começam a tornar-se mais pequenas, os dias vão ganhando mais luz, mais vida mas eu .. Eu continuo a sentir-me só, como se algo fosse diferente. Na realidade essa diferença, essa estranheza toda existe, não é algo imaginário, é algo que vai para além da minha força, para além de mim própria. Essa estranheza chama-se amor, saudade, vontade de .. de nada, sinceramente. Há tanta saudade, tanta falta de, tanta, tanta coisa. Há tantos pontos de interrogação e respostas em branco. Há tanta vontade de querer mais, melhor, mas não ter nada. Há saudade, acima de tudo, há saudade. Há falta de caricias, há falta de amor, há falta de dedicação, mil incógnitas mas para quê? Para sofrer nestas noites mais pequenas? Nestes dias maiores? Para quê? Para mim ou para ti? - Porquê? - pergunto-me eu todas as noites, todos os momentos só. Questiono-me e interrogo-me sobre a verdadeira essência do amor, da paixão, do que é suposto ou simplesmente categórico. Adianta de quê? Nada, ou se calhar, adianta. Adianta porque ainda me questiono. Adianta porque ainda penso, ainda sinto, ainda quero, ainda desejo. Adianta porque sim, porque eu quero que adiante. Na realidade, alimento uma ilusão minha, um desejo de alguém que quero aqui, comigo, ainda que na realidade não esteja, ainda que na verdade me culpe, me magoe, mas eu quero continuar aqui, neste lugar, neste momento. Ainda que seja uma ilusão, ainda que possa ser um sonho, que seja, que eu alimente este sonho, este amor, que eu sinta o melhor dos dois mundos. Ainda que sofra, que sofra com esperança, esperança de amar. 

domingo, 1 de junho de 2014

13. I miss you

Já não entrava naquele santuário desde que partiste, se não estou em erro, como sabes evitei sempre entrar lá, porque sei que quando entrasse me relembraria aquele dia horrível. O órgão continuava lá, no mesmo lugar, era o mesmo e tudo, nada tinha mudado desde aquele dia. Já se passaram quase nove anos e nestes nove anos só espero que tenhas acompanhado o meu crescimento, que estejas, neste momento, orgulhoso de mim. Para mim és o exemplo mais bonito de melhor amigo, é a ti que recorro quando estou mal, tu sabes, chamo por ti, converso contigo, mesmo não obtendo uma resposta da tua boca, sei que mais tarde ou mais cedo me dás um sinal. És tu quem me acalma nos dias mais escuros e me faz ver que lá bem longe vem um belo arco íris. És a minha força, a minha fonte de inspiração. Tudo o que mais queria, era na minha maioridade ter-te comigo, mas não, nessa altura será o décimo ano após a tua partida, sabes o quanto isso me irá custar? relembro-me todos os onzes de novembro que era o teu aniversário e ainda penso "parabéns, estejas tu onde estiveres". Quando falo de ti é tão difícil conter as lágrimas para que te recordes sempre do meu sorriso e não aquelas lágrimas que por ti derramo constantemente de saudade. Ninguém entende este sentimento que tenho por ti, mas naquele dia, quando entrei naquele santuário, caiu o meu mundo. Lembrei-me dos gritos, dos choros, de eu abraçada à mãe porque não queria que aquilo estivesse a acontecer. Lembrei-me de tanta coisa. Lembrei-me de quando passeávamos pelo parque. Lembrei-me de como era super feliz quando estavas aqui comigo, dia-a-dia. Eras o meu anjo da guarda, aquele que me protegia de todo o mal. Eras a minha força. Só te queria aqui, outra vez, nem que fosse numa possibilidade de te abraçar, apenas de te abraçar. Muitas vezes ainda penso que é mentira, que tu estás aqui, que quando acordar te vou encontrar, mas depois .. depois vai-se passando mais um ano e outro e eu continuo sem ficar forte, vou-me abaixo facilmente quando toca a ti, tu sabes, conheces-me, conheces todos os meus pontos fortes e principalmente os fracos. Sempre depositaste em mim todo o teu orgulho. Será que já te decepcionei? Será que esta não sou aquela que tu querias que eu fosse? 
Apenas queria ser a tua menina, a tua princesa. Acho que ainda o sou e espero ser eternamente, como tu serás um dos homens da minha vida, eternamente. 
És sem dúvida das pessoas que mais amo nesta vida e isso não trocava nunca por nada que aparecesse neste mundo. 
Ainda teremos o nosso tão esperado abraço, eu acredito. 
5.07.05 

domingo, 4 de maio de 2014

12. Mom's Day

Querida Mãe, hoje é o teu dia. 


Bem, sei que estás um bocadinho chateada comigo porque hoje não te disse nada, nem um beijinho, nada. 
O pai, estragou-me a surpresa e trouxe-te umas flores, SABENDO que te iria dar esta pequena flor. Mas pronto, já sabes como ele é. 
A ti, mãe, tenho muito para te agradecer, muito mesmo. A mulher que sou hoje, deve-se a ti. Aposto que o mano concorda comigo. Mesmo ele estando longe de nós, acredito que não se esqueça de ti e que estejas sempre no coração dele. 
Hoje não estivemos juntas, mas ontem, estiveste presente em mais um momento marcante da minha vida, como sempre estás. Estás lá sempre a torcer por mim a fazer força para eu não desistir. És uma grande mulher. Uma mulher forte, sempre com um sorriso mesmo quando as coisas não estão muito bem. Estás lá sempre para me dar aquele abraço que faz falta. És sem dúvida a melhor de todas. Não existe mãe como tu, disso eu tenho a certeza. Para mim, és o exemplo de uma grande mulher. És o meu exemplo. És o meu orgulho. Admiro-te. Admiro-te por tudo o que passaste continuares aqui, forte. 
Muitos dizem que sou forte, uma pessoa cheia de garra e se o sou, deve-se a ti ao exemplo diário que tenho comigo a essa força e determinação que vejo.
O meu único desejo era que tu (e o pai, claro) fosses eterna. Que nunca me deixasses. Que ficasses sempre comigo. Decerto que ficarás sempre, estás no meu coração, és a minha mãe e não te trocava por nada, nada. 
Amo-te imenso. Obrigada por tudo o que fizeste por mim. Obrigada por me teres tornado nesta mulher. Obrigada, guerreira! És o meu orgulho, o meu e o do mano! 
Querida mãe, estarei sempre aqui. Serei sempre a tua menina. A tua pequenina. Nunca estarás sozinha, estaremos sempre as duas, juntas. 



Amo-te imenso, mãe.